quarta-feira, 30 de abril de 2008

REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL RECEBEU PROTESTO DAS MÃES DOS ESTUDANTES FERIDOS DURANTE MANIFESTAÇÃO


Em protesto e buscando “justiça” contra as agressões sofridas por seus filhos durante a manifestação da última quinta-feira (24), nasceu o movimento “Mães do 24 de abril”. Mães e pais se manifestaram na manhã de terça-feira (29), na reunião ordinária da Câmara Municipal de Montes Claros, com cartazes contendo fotos dos estudantes feridos durante manifestação pelo meio-passe. As “Mães do 24 de abril”, é uma forma de declarar que, agora, quem está na luta pelo meio-passe são as mães dos jovens, pois, seus filhos iniciaram uma luta por democracia e por fazer valer seus direitos, e no entanto, foram reprimidas com violência e covardia pela PM. Segundo manifesto distribuído para a população, as mães cobraram dos vereadores postura e justiça e afirmaram que a luta irá continuar interrupta e cada vez mais freqüente até que a prefeitura aprove o beneficio estudantil e que os mandantes das agressões seja punido severamente pela justiça. As mães se reuniram com a Ordem dos Advogados do Brasil, com o arcebispo da cidade, além de recorrer as comissões dos direitos humanos da assembléia mineira e da câmara municipal para que interfiram no caso e busquem justiça.


MÃE DE UMA DAS CRIANÇAS FERIDAS DURANTE MANIFESTAÇÃO DO MEIO-PASSE LÊ CARTA DE REPUDIA AS AGRESSÕES DA PM E COBRA POSTURA DOS VEREADORES


Uma das mães que teve sua filha ferida durante a manifestação, por horas tentou ler uma carta de sua autoria, expressando a sua repudia e desespero por justiça. Entretanto, não foi permitida a sua manifestação, Durante o intervalo da reunião, apenas três vereadores se propuseram a ouvir a mãe, sendo eles Lipa Xavier, Fátima Pereira e Athos Mameluque. Os outros “12” vereadores foram tomar seu cafezinho! Na carta da mãe, que foi lida em alto e bom som, reforça a luta das mães que “compraram a briga” pelo meio-passe, além da luta pela democracia plena e pelos direitos humanos. Em uma das linhas reforça que mesmo que sua filha tivesse morrido durante a manifestação, teria a consciência que teria morrido com honra, e jamais em vão! Pois, a luta por justiça e por valer o seus direito é um ato digno e nobre. A reivindicação de Terezinha Pereira foi noticiada pelo jornal “O Norte de Minas” com destaque e no mesmo foi publicada a carta da mãe indignada.


PRONUNCIAMENTO DE LIPA XAVIER DURANTE REUNIÃO ORDINÁRIA

Na reunião ordinária Lipa Xavier também leu uma carta de autoria do ex-secretário municipal de Esporte e Lazer, Georgino Souza Neto que lamentou e se manifestou decepcionado com a arbitrariedade do prefeito Athos Avelino em permitir que o lamentável e vergonhoso acontecimento. Confira no vídeo acima o pronunciamento do vereador Lipa Xavier, no qual manifesta a sua repudia das agressões, além da leitura da carta (na integra) do ex-secretário de Esporte e Lazer - Georgino Souza Neto.

AUDIÊNCIA PUBLICA SOBRE O MEIO-PASSE APRESENTA REPÚDIO DA CLASSE ESTUDANTIL CONTRA AS AGRESSÕES DA PM

Durante audiência pública na Unimontes na noite de quinta-feira (24), a qual tinha como finalidade discutir sobre o Projeto de Lei do meio-passe estudantil para os translado no transporte público urbano de Montes Claros, compareceram o vereador Lipa Xavier (PCdoB), o presidente da Câmara Municipal Cori (PPS), o vice-presidente Guila Ramos e o Secretário Júnior Sambambaia (PV). Os representantes das entidades estudantis que fariam parte da mesa para a discussão foram substituídos por outros representantes, pois, os indicados anteriormente, estavam detidos na DP da Policia Militar. Segundo nota da assessoria de imprensa da PM estariam prestando depoimento em companhia de outros detidos pelos policiais, que supostamente (segundo os policiais), também estariam participando da manifestação. Infeliz pronunciamento da PM. Um dos detidos se tratava de um pai que no momento da manifestação, em busca do filho, solicitou uma informação a um dos policiais, que logo o respondeu com voz de prisão.

Determinado momento da audiência os detidos pela PM, Daniel Ferreira, Flávio Nascimento, Diogo Oliveira, Lucas Alves, José Neto, Celina Alves e Tiago Ramos adentraram no auditório, momento de comoção e alivio para toda a classe estudantil que estava presente, que quebrando o protocolo, aplaudiram por minutos à volta dos companheiros. Lipa Xavier não negou manifestações de felicidades, se levantou da cadeira e foi ao encontro dos camaradas para abraçá-los.

As vítimas detidas pela PM tiveram oportunidade de usar a tribuna para declararem o desabafo, que desmentiram a nota da PM e da prefeitura, informando que estariam prestando depoimento. Segundo o estudante da Unimontes Daniel Coelho “foi um chá de cadeira de oito horas”, além de denunciar as agressões morais e físicas sofridas. O motorista de ônibus rodoviário Delvani Ferreira Coelho de 42 anos, que foi preso ao solicitar uma informação ao policial, quando procurava o seu filho, disse não acreditar na postura ditatorial e cega do PM, o qual somente queria saber de prender quem estava no caminho.

O DCE divulgou manifesto de repudia contra os atos cruéis contra a classe estudantil, assim como um professor da Universidade Estadual de Montes Claros que leu um manifesto elaborado por uma comissão de 300 professores em prévia da candidatura passada do atual prefeito, na qual prestava apoio às propostas de democracia e compromisso social que Athos defendeu nas suas promessas de campanha. Após ler o documento, o professor disse estar totalmente decepcionado com a postura da prefeitura e em protesto devolveu o documento para o presidente da Câmara Municipal, Coriolando Ribeiro do PPS.

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